Banhado pelo Mar da China em toda sua extensão leste, o território do Vietnã limita-se ao norte com a China e a oeste com Camboja e Laos. A nação está situada na península da Indochina, que, após a conquista da independência perante os franceses, em 1954, foi dividida em quatro países: Laos, Camboja, Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
Em 1959, o Vietnã do Norte, sob regime socialista, iniciou uma luta contra o Vietnã do Sul pela reunificação do país. Temendo uma expansão do socialismo no Sudeste Asiático, os Estados Unidos, em 1961, entrou no conflito em defesa do Vietnã do Sul, intensificando a Guerra do Vietnã. Tropas estadunidenses lançaram bombas com desfolhante químico (agente laranja), provocando a destruição de áreas agrícolas e de floresta, além de provocar várias mortes. Somente em 1975, a guerra chegou ao fim, com um saldo de mais de 58 mil mortes de soldados dos EUA e 2 milhões de vietnamitas. No dia 2 de julho de 1976, o Vietnã foi reunificado, adotando o regime socialista com o apoio da União Soviética.
Alguns dias atrás assisti uma live com a equipe do @redess muito bem conduzida pelo meu amigo e professor @bernardomonteiro.ri e tendo por entrevistado Wagner Lacerda Dantas, @wagnervavald. O tema foi “Wuhan: do Lockdown a reabertura. As fases do Cobid-19”. Apesar de ser morador de Wuhan onde é bolsista pelo Instituto Confucio, a entrevista foi dada da cidade de Hai Duong, Vietnã. A live foi rica em vários aspectos.
Deixando de lado as discussões que envolvem ideologias conflitantes e que em dias atuais tem sido motivo para os mais hostis atos e ações, quero aqui registrar meu olhar humanizado para a postura desde povo em particular. Mesmo em meio ao cenário polarizado que o mundo testemunha creio haver espaço para olhares de aprendizado, em especial para esta história do povo vietnamita. Shapiro em seu livro O lado certo da historia assim diz:
Quanto mais frívolo é o assunto mais intensas são as batalhas
Ben Shapiro
Sendo assim assim deixe-me dividir com você algo que pude aprender sobre a capacidade de resiliência, adaptação e superação de um povo que, vivendo o que viveram, aprenderam a contornar a adversidade e a se reerguer do monturo.
Um dos aprendizados obtidos foi a capacidade de resiliência e superação do povo vietnamita. Sua história marcada por guerras e dominações deixaram ensinamentos que até hoje podem sem vistos em cada canto do país. Me refiro a canto no mais puro sentido da palavra. Pois bem, em função da devastação do pós guerra o povo desenvolveu a cultura do “plantar” em qualquer lugar de terra disponível. Qual a razão? Se todo cidadão plantar ou semear alimento em todos os espaços possíveis, sempre haverá quem possa ser beneficiado quando a escassez, por ventura, bater a porta. A vida vencerá e ocupará os espaços da nação por menor que estes espaços sejam. O resultado? Por onde quer que você caminhar por Hai Duong ou outra cidade Vietnamita poderá ver legumes e demais frutos sempre disponíveis como um grande Hortifruti a céu aberto e livre para que qualquer pessoa tenha acesso.
Achei incrível o ensinamento. Assim como o Vietnã se ergueu aproveitando os espaços disponíveis, acredito que todos podemos o mesmo ao plantarmos algo bom sempre que a vida nos oferecer oportunidades. Os cenários de terra arrasada são locais de reflexão. Ali são enterrados sonhos, projetos e histórias. Porém, para um povo marcado pela determinação, estes mesmos cenários podem se revelar oportunos para que busquemos em nós mesmos os recursos necessários à reconstrução, desenterrando assim os sonhos sufocados pela desolação. Não sabemos dizer quais os rumos que o mundo tomara ou ainda quais os desdobramentos que teremos no pós-covid, mas quero de antemão adotar este espírito de resiliência e de esperança que esta história nos traz e desafiar ao leitor que, de igual forma, se revista deste perfil inspirador. Por isso, sempre que houver uma oportunidade, plante algo.